FESTA DO BOM JESUS MILAGROSO
Por: Paulo Luís Ávila
Adiaspora.com
A procissão a saída do Templo
Desde o passado dia 28 de Julho, início
das novenas para a festa do Bom Jesus Milagroso, encontrámos
pelos caminhos muitos peregrinos que se dirigiam na direcção
do Santuário Diocesano do Bom Jesus Milagroso para cumprirem
as suas promessas. Devido às infindáveis obras
que há mais de um ano estão a decorrer no Santuário,
a imagem está recolhida na capela do Espírito
Santo e foi de lá que a mesma foi transportada em procissão
até ao Salão da Casa do Povo, onde decorreram
as novenas.
A Missa Campal
As pessoas são unânimes em afirmar que, de ano
para ano, a devoção ao Ecce Homo, cuja veneranda
Imagem foi trazida do Brasil, prevalecerá pelos séculos
fora. As palavras do refrão da Eucaristia Solene são
bem elucidativas: Senhor é Rei e o seu reino jamais passará!
Parece até que, de ano para ano, são cada vez
mais os fiéis que assistem às solenidades, que
encerra na sua essência dois pontos altos: a Eucaristia
e a procissão do dia 6 de Agosto.
As novenas incluíram sempre a Celebração
Eucarística, à qual presidiu, D. Manuel José
Macário do Nascimento Clemente, Bispo Auxiliar do Patriarcado
de Lisboa e Presidente da Comissão de Cultura, Bens Culturais
e Comunicações Sociais da Conferência Episcopal
Portuguesa, que também teve a seu cargo a Proclamação
da Palavra.
A parte coral teve como acompanhamento musical vários
instrumentos de sopro e vários elementos convidados de
grupos corais de outras paróquias da Ilha. O maestro
Manuel Emílio Porto, à semelhança dos anos
anteriores, foi o condutor deste conjunto de vozes e instrumentos.
A dedilhar o órgão esteve a professora Olga Ávila
Pacheco.
Assistência à Missa
A celebração do sacramento da Reconciliação,
foi ministrada durante todas as novenas e esteve a cargo de
inúmeros sacerdotes que sempre se apresentam (aram) para
auxiliar o Reitor do Santuário Pe. José Carlos
Vieira Simplício.
A Solene Concelebração Eucarística foi
ao ar livre, no espaço do adro que ainda é possível
utilizar, uma vez que o resto do recinto está ocupado
com os materiais destinados à reconstrução
do Santuário. Já faz tempo!
A Filarmónica de São Mateus
Apesar dum sol abrasador, muitos foram os devotos que assistiram
e participaram no Santo Sacrifício da Missa. A homilia
esteve mais uma vez a cargo do pregador destas solenidades,
D. Manuel Clemente, figura de grande envergadura intelectual
da Igreja Católica Portuguesa. A quando da proclamação
da palavra retivemos algumas frases que reproduzimos: ”
Não há nenhuma passagem do evangelho que não
nos leve à maior altura e abertura de nós próprios…Nas
alturas, de certa maneira o ar é mais puro, o horizonte
é mais vasto e é onde as pessoas podem ver com
mais vastidão e clareza. É aí que, exactamente,
o Senhor Jesus nos leva sempre. E nós sabemos que na
vida há muitas coisas que, pelo contrário, nos
arrastam para o fundo e nos levam para muitas prisões…
Não há nenhuma marca no Seu corpo, na Sua imagem
transfigurada, que não esteja preenchida pela sua inteira
verdade, pela sua absoluta caridade e pela sua magnificente
beleza. Somos tocados no fundo do coração e aí
Ele nos converte. Os olhos são a janela da alma. Os olhos
falam por si. A justiça e o direito são a base
do seu trono.” Fim de citação. Antes do
começo da grandiosa procissão, houve arraial e
actuaram as filarmónicas: União Musical da Piedade
e a Liberdade do Cais do Pico.
A Filarmónica do Faial - União
Faialense - Angústias
De seguida foi organizada a procissão que teve início
pelas 18 horas, com a veneranda Imagem do Bom Jesus Milagroso.
É este sem dúvida, o maior cortejo religioso que
se organiza nas Ilhas do Grupo Central e Ocidental do Arquipélago
dos Açores. Muitos foram os milhares de crentes que tomaram
parte na procissão, movidos pela devoção
e pela veneração, caminhando em recolhimento silencioso.
A acompanhar, marcaram presença, os escuteiros, os bombeiros
voluntários da Madalena e muito povo anónimo,
algum dele transportando cera. Presidiu também D. Manuel
Clemente, que teve a ladeá-lo os sacerdotes, Monsenhor
Cónego José de Lima à direita e o Pe. José
Carlos à esquerda, para além de um numeroso colégio
de sacerdotes e seminaristas. A veneranda imagem do Bom Jesus
Milagroso era transportada em ombros por alguns homens da freguesia
e de fora dela. O cortejo processional era encerrado pelas filarmónicas:
Lira de São Mateus, Banda dos Bombeiros Voluntários
de Loures e União Faialense. Depois da procissão
houve novamente uma alocução de despedida a que
se seguiu o Hino do Bom Jesus.
Um aspecto da procissão
Apesar do programa cívico não ser tão vasto
como acontece com outras festas e noutros lugares, o arraial
na véspera, dia 5, foi muito concorrido e abrilhantado
pelas filarmónicas: Lira Madalense, Lira de São
Mateus e União e Progresso Madalense.
Após a procissão teve lugar o arraial, sempre
muito concorrido, que foi abrilhantado pelas filarmónicas:
União Faialense, Banda dos Bombeiros Voluntários
de Loures e União Prainhense.
No dia 7 do corrente e a encerrar as festividades do Bom Jesus
Milagroso, foi promovida uma sessão solene comemorativa
dos 125 anos do nascimento do Cardeal D. José da Costa
Nunes, que foi Vice-Camerlengo da Santa Sé. Na mesa de
honra sentaram-se a Dra. Rosa Maria Goulart, D. Manuel Clemente,
que presidiu e apresentou a sessão e a conferente, Dra.
Susana Goulart Costa.
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O Grupo Coral das Lajes do Pico, sob a regência
do Maestro Emílio Porto, encerrou a sessão, cantando
a Cantata Mariana, com letra do Pe. José Carlos e musica
do Maestro Emílio Porto.
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Mas não foi só em São Mateus que se festejou
o Bom Jesus Milagroso. A freguesia da Calheta de Nesquim, também
naquele mesmo dia 6, promoveu a sua festa. No que toca ao Bom
Jesus da Calheta, cuja imagem, para alguns é mais bonita
do que a que se venera em São Mateus, os antigos referiam
que era o Bom Jesus do perto, linguagem que antigamente se usava
para os lados da Ponta da Ilha, enquanto que o de S. Mateus,
era o Bom Jesus do longe.