“Caros e Caras compatriotas:
Foi com imenso prazer que aceitei o convite para hoje confraternizar
convosco, acompanhado por minha Mulher, na minha primeira
visita a esta cidade.
Felicito pois os Corpos Gerentes e Sócios da Associação
Portuguesa de Manitoba, fundada em 1966, há mais de
40 anos e que desenvolve um programa activo no campo sócio-recreativo,
desportivo, cultural e até dispõe de um parque
de campismo para os seus membros e famílias.
A minha presença é pois o testemunho da importância
que atribuo ao movimento associativo das comunidades portuguesas
espalhadas por este país e que desde os primeiros pioneiros
quiseram transportar para o Canadá torrões da
sua terra natal, da sua região de origem e que, ao
longo destes últimos 50 anos, têm mantido a nossa
língua, as nossas tradições e os nossos
costumes vivos. Desde a minha chegada ao Canadá, há
quase dois anos, tenho visitado as várias Comunidades
Portuguesas espalhadas por este grande e vasto país
que acolhe centenas de milhares de portugueses e tenho-me
empenhado para que a Comunidade Luso-Canadiana continue a
progredir e prosperar, integrando-se cada vez mais e melhor,
mas é necessário que seja cívica e politicamente
activa, com representantes em todos os níveis do poder:
local, provincial e federal.
Por outro lado, podem e devem participar na vida politica
portuguesa, devendo para tal recensear-se e manter os Consulados
informados das alterações de residência.
Também ao nível económico a Comunidade
Portuguesa se deve afirmar, criando um lobby económico.
Os Portugueses e Luso-Canadianos conseguirão promover
os interesses da Comunidade neste sector, com mais visibilidade
e influência, através das organizações
de Empresários e Profissionais Luso-Canadianos e das
Câmaras de Comércio existentes ou a criar.
A educação e a profissionalização
são também indispensável. Neste mundo
global e cada vez mais competitivo e exigente é necessário
que os jovens luso-descendentes completem estudos universitários,
se especializem e profissionalizem, em todos os níveis
e em todas as áreas do saber.
Também devemos insistir que a nossa língua Portuguesa
é cada vez mais um importante instrumento de trabalho
e uma mais valia neste nosso Mundo globalizado, para facilitar
a comunicação, para promover as relações
económicas e comerciais, bem como na cena da política
internacional.
E para terminar, queria dizer-vos que se for necessário
repensar as vossas estruturas e planos de actividades, por
forma a atrair a juventude e a garantir a continuidade da
missão desta Associação no futuro, o
façam. É preciso saber delegar competências
e responsabilidades nos jovens, é preciso deixá-los
começar a definir objectivos e acções
para o futuro, o seu futuro.
Por outro lado, a diversidade dos nossos regionalismos é
um enriquecimento social, cultura e humano da nossa identidade
comum. Não deverá ser um entrave ao convívio
e à partilha de espaços comuns, se surgirem
constrangimentos de ordem humana – dificuldade em encontrar
corpos directivos – ou de ordem financeira. Podemos
e devemos racionalizar e compartilhar os espaços para
a sua melhor utilização e maior rentabilidade
sem perda das características de cada região
– a racionalização dos meios associativos
só poderá contribuir para uma maior coesão,
uma maior visibilidade e representatividade da Comunidade
Portuguesa perante os jovens e a Comunidade Canadiana em geral.
Como tudo na vida, nada é estático – também
as associações portuguesas terão de adaptar
a sua dinâmica aos novos tempos e a saber conquistar
os jovens, sob a pena de os perdermos. Encontrarão
sempre a minha porta aberta para vos escutar e defenderei
os interesses portugueses e dos portugueses junto das autoridades
canadianas e junto das autoridades portuguesas tentarei resolver
situações de relevância para a generalidade
da comunidade que me sejam colocados.
Muito obrigado pela vossa hospitalidade e os meus votos de
felicidades.”
Página
Inicial
|