Sexta-feira, dia 13, no auditório
do Palácio dos Generais-Capitães, os conferencistas
liderados pelo Coordenador Miguel Noronha e a Dra. Cristina
Ribeiro, falaram sobre “Açores – Da Emigração
à Imigração – Do Passado ao Futuro”
a que se seguiu uma mesa redonda em que o tema versado foi
a “Literatura Açoriana” que teve a participação
dos Drs. Urbano Bettencourt e Mário Cabral. A manhã
culminou por um almoço na Residencial Monte Brasil.
Seguiu-se a viagem para o aeroporto das Lajes onde, pelas
16H00, os conferencistas embarcaram num avião da transportadora
SATA, com destino à Ilha de Graciosa. Numa
viagem de curta duração, em que os participantes
foram também acompanhados por dois membros da Comissão
Coordenadora deste evento, Geraldina Fernandes e João
Martins, de cerca de 15 minutos, a aeronave aterrou na pista
daquela Ilha, nos arredores da Vila de Santa Cruz, onde nos
esperava o padre José Simões Borges, pároco
de três freguesias daquela Ilha onde se encontra radicado
há mais de quarenta anos e amavelmente se dispôs
a servir-nos de cicerone durante a nossa estadia. Ali, no
aeroporto da Graciosa, o Padre Simões Borges, um veterano
com mais de 80 anos de idade, orgulhosamente exibia um medalhão
que anos atrás foi obsequiado numa das suas visitas
à Comunidade Graciosense de Toronto, no Canadá.
Num breve passeio de reconhecimento à vetusta Vila
fomos interpelados pelo Sr. António Andrade que além
de nos franquear a sua residência nos brindou com uma
boa pinga onde pontificaram a aguardente, uma angélica
com a longevidade de 17 anos e um saboroso vinho de cheiro.
Os participantes ficaram acomodados nas residenciais “Santa
Cruz” e “Ilha Graciosa”. À tarde,
tiveram ocasião de assistir, no Centro Cultural de
Santa Cruz, a um colóquio cujo tema escolhido foi,
“A Ilha Graciosa no Contexto Regional – Passado,
Presente e Futuro”-, conduzido por Manuel Avelar Santos.
À noite, no salão da Casa do Povo, de Guadalupe,
saboreou-se um jantar típico de Matança de Porco,
onde abundavam as morcelas, os torresmos, o chouriço,
o fígado guisado e muitas mais iguarias que agradaram
ao palato do mais exigente comensal. Após o repasto
entrou em acção o Grupo Folclórico de
Guadalupe equipado a rigor onde destacava, nos seus tocadores,
o Padre Simões Borges, no dedilhar do bandolim. Ao
jantar foi servido à comitiva um delicioso vinho de
cheiro extraído das vinhas das propriedades do Padre
Simões Borges a que deu o sugestivo nome de “Vinho
do Cemitério” por, segundo aquele pároco,
as vinhas localizarem-se nas imediações do cemitério
daquela localidade. Todos os membros da comitiva que se deslocaram
a esta ilha, por sinal bem bonita, ficaram bastante sensibilizados
e impressionados pela hospitalidade das suas gentes que, simpaticamente,
deram todo o seu melhor para agradar os visitantes daquela
sua pequena Ilha mas “grande” pelo calor do seu
povo, que é a Graciosa. Só foi pena que, desde
a chegada da caravana até à partida, passando
pelos eventos ali realizados, se tenha notado a total ausência
do Presidente da Câmara da Vila de Santa Cruz ou de
um seu representante, que segundo as éticas é
primordial já que se tratava de um grupo composto por
elementos de vários países, muitos dos quais
docentes em diversas Universidades e outros ligados tanto
a Instituições de carácter associativo
como à comunicação social dos países
onde estão inseridos. Com estas atitudes, bastante
negativas, como, perguntamos a quem de direito, se poderá
desenvolver as infra-estruturas da Região Autónoma
dos Açores no que concerne ao investimento de capitais
onde, nestes últimos anos, as respectivas Secretarias
do Turismo e das Comunidades vêem apostando fortemente
e a desenvolver, num esforço titânico, na promoção
destes valores paradisíacos das Ilhas de Bruma não
só junto das nossas comunidades radicadas na diáspora
como também nas outras comunidades não lusófonas?
Pensamos que foi um erro crasso da edilidade daquela Ilha
que, esperamos, sinceramente, não repetir-se no futuro.
Nós, como membros integrados na comitiva, bem ouvimos
os reparos, desta falha no protocolo, proferido por alguns
dos congressistas.
Açores-Da Emigração
à Imigração-do Passado ao Futuro
por Miguel Noronha e Dra. Ana Cristina Ribeiro
Dra. Ana Cristina Ribeiro, Miguel Noronha
e João Martins
Dr. Urbano Bettencourt e Dr. Mário
Cabral
A Ilha Graciosa no Contexto Regional-Passado,
Presente e Futuro pelo Dr. Manuel Avelar Santos
Sábado, dia 14 de Maio,
efectuou-se um circuito turístico à Ilha Graciosa
de autocarro com o padre Simões Borges desempenhando
as funções de guia turístico já
que poucos a conhecem tão bem como ele. Foi deveras
fascinante a paisagens que nos foram dadas a observar durante
aquele roteiro com destaque para a zona do Carapacho e a visita
à extensa caldeira com a sua Furna do Enxofre cuja
escadaria foi o “calvário” (na subida)
para alguns dos visitantes na hora do regresso ao autocarro.
Por casualidade, na estrada, durante o percurso, assistiu-se
ainda à matança de um porco à boa moda
tradicional coisa que muitos dos congressistas nunca tinham
tido ocasião de presenciar. Além das imagens
atrás mencionadas, ficou-nos na retina, o trabalho
que ainda muitos fazem tendo por auxiliares o burro que no
arquipélago é conhecido pelo “burro da
Graciosa”. O almoço na Vila de Santa Cruz, realizou-se
no Restaurante Apolo 80 após que, pelas 16H50,
efectuou-se a viagem de regresso, na Sata, até
à Terceira onde teve lugar, no Auditório do
Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo,
depois do jantar, um sarau “Concerto Íntimo”
com a cançonetista brasileira de renome mundial, Fafá
de Belém, que, fazendo jus à sua fama, encantou
com a sua presença e deliciou com a sua voz a audiência.
Fafá abandonou o palco bastante emocionada com a assistência
de pé, a ovaciona-la em delírio. Testemunhou-se
que aquela excelente artista não pôde conter
algumas lágrimas furtivas que, a dado momento, a traíram.,
perante o calor e carinho por quantos enchiam aquela sala
de espectáculo. Para muitos dos congressistas que a
viram, pela primeira vez, actuar ao vivo, foi algo bastante
congratulante e inesquecível. Estão de parabéns
os organizadores deste tipo de eventos culturais que, aliás,
é peculiar da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo,
nestes últimos dez anos com os seus contínuos
e soberbos calendários festivos, dos quais destacamos
a já celebérrima semana de S. João, vulgo
Sanjoaninas, que, anualmente, atrai milhares de forasteiros
àquela Ilha no mês de Junho. É de louvar
e apoiar este tipo de promoção cultural impar
em todo o território nacional exceptuando, talvez,
os festejos de S. João do Porto.
O Sr. António Andrade que nos ofereceu
uma boa "pinga regional"
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