Sra. Luísa Baptista, João Luis Pacheco (Casa dos Açores da Nova Inglaterra)
e o Sr. Damião de Sousa - Representante da Casa dos Açores do Quebéque

O sábado, dia 12 de Novembro, iniciou-se com um pequeno-almoço servido na cafetaria da Associação Portuguesa de Manitoba, tendo os delegados presentes das Casas dos Açores, pelas 9:15 horas, retomado os trabalhos com as suas intervenções limitadas, de 15 minutos cada, e à porta fechada, e que terminou pelas 11:15 horas, tempo para um café e convívio. Pelas 13:30 horas os delegados foram levados a visitar um excelente e interessante museu daquela cidade, o “The Manitoba Museum” tendo previamente sido providenciado um guia que, diligentemente, explicou aos presentes tudo o que se encontrava exposto naquele interessante museu e que, na sua maioria, tinha a haver com aquela província canadense e o Canada em geral, não faltando uma nau, talvez, do século XVIII, que fazia, naquela época remota, as ligações entre a Inglaterra e o Canadá, durante a era da caça e permuta de peles muito procuradas naqueles tempos. Mais teríamos muito que falar sobre o que se viu neste museu, como, por exemplo, de alfaias agrícolas dos pioneiros e nativos, as carroças que transportavam os víveres, peles e outras mercadorias, as típicas povoações dos índios, a caça ao bisonte por estes, as vilas dos primeiros colonos, vindos na sua maioria da Província do Ontário (então Upper-Canada) e de outras nações da Europa, em meados do século XIX, com as suas construções provisórias de pedra e colmo até às de logos e de madeira, mais modernas e confortantes, obviamente, pelo findar daquele século, não sendo possível também de olvidarmos as ossadas de “monstros” da pré-história (os tais dinossauros ou coisa semelhante) e as provas geológicas do mar que cobriu aquela Província do Canadá, há milhões de anos atrás.

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Enfim foi reconfortante visitar aquele museu que, para o visitante se inteirar e “digerir” tudo ali exposto necessita, na nossa opinião, mais de 4 ou 5 horas. No entanto, pelo condicionamento de tempo dado pelo calendário de trabalhos que os delegados tinham à frente, só nos foi possível permanecer apenas hora e meia. No entanto pensamos que valeu a pena e aconselhamos todos aqueles que visitem a cidade de Winnipeg a não perder a oportunidade de apreciar o conteúdo deste extraordinário museu. Queremos aqui enaltecer o excelente trabalho de intérprete durante aquela visita: o jovem luso-canadiano, João Pedro Correia, professor de carreira naquela cidade, que acompanhou os presentes, para que aqueles que desconheciam a língua inglesa pudessem entender as explicações da guia que nos acompanhava. Este jovem que, de tenra idade emigrou com os seus pais para o Canada, é mais uma prova que os nossos jovens vêm, ano para ano, frequentando e aumentando o seu número nas Universidades dos locais onde estão inseridos, vindo, no presente momento, a ocupar trabalhos bem diferentes dos que os seus pais e avós tiveram de abraçar, pela força das circunstâncias e sobrevivência, desde os tempos primórdios da emigração das gentes lusas para estas terras, que se iniciou, como se sabe, oficialmente, no dia 13 de Maio de 1953, data da chegada à cidade de Halifax, Província de Nova Scotia, do primeiro grupo de pioneiros da nossa emigração para este grande país de acolhimento, o Canadá.


Dr. Eduíno de Jesus (Pres. Casa dos Açores - Lisboa), José Santos,
Maria José e o moderador Sr. João Cardoso

De regresso às instalações da Associação Portuguesa de Manitoba onde nos esperava um almoço de gala servido no seu amplo salão de festas, dedicado aos delegados do Conselho Mundial das Casas dos Açores e convidados, os quais, na sua maioria, eram constituídos por elementos voluntários daquela Associação bem como membros do seu rancho etnográfico e da Banda Lira de Fátima de Winnipeg, que contou com a presença de cerca de 200 pessoas. Presente também além do Cônsul de Portugal em Winnipeg, Paulo Cabral, a Directora Regional das Comunidades Açorianas, Dra. Alzira Serpa Silva e do Embaixador de Portugal no Canadá, Dr. João Pedro Silveira Carvalho, cuja alocução abaixo transcrevemos:


Presidente da Casa dos Açores do Rio de Janeiro, Raimundo Borges,
o Presidente da SATA, Eng. Cansado e José Santos - Casa dos Açores Winnipeg

Pelas 15:00 horas a comitiva regressou à Associação Portuguesa de Manitoba onde continuou em reunião de trabalhos até às 18:45 horas após que todos os membros regressaram à Casa dos Açores de Winnipeg onde de imediato foi servido uma degustação do saboroso e famoso queijo Bravo e uma prova do apreciado vinho Lagido. Pelas 20:00 horas foi servido na cave daquela Casa Regional um jantar que foi presidido pelo Embaixador de Portugal, Dr. Silveira Carvalho e esposa, além da Dra. Alzira Serpa Silva, do Cônsul de Portugal em Winnipeg, Paulo Cabral, do Presidente do Conselho de Administração da Sata Açores, Engenheiro Manuel António Cansado, do Presidente da Casa anfitriã, José Santos e de todos os outros delegados das Casa dos Açores, após que foi apresentado uma prova de doces regionais da Ilha de São Miguel, uma autêntica delicia manufacturada e condicionada pela firma Quintal dos Açores.


Régis Gomes, Presidente da Casa dos Açores - Rio G. do Sul, Lívia Pereira
Secretária da Casa dos Açores, Dra. Alzira Silva e José Santos

Seguidamente foi a vez do Presidente da Associação Portuguesa de Winnipeg, o advogado luso-canadiano, Dr. Mário Santos, cuja alocução focou na aposta daquele Centro Comunitário na juventude e no futuro tendo para isso disponibilizado, por vontade da sua Assembleia Geral, que é soberana, a cave daquele edifício para ser gerida totalmente pelos jovens estando neste momento na fase inicial de renovações. Não olvidou as gerações de voluntários, pais, filhos e netos que, ao longo de todos estes anos, têm vindo a contribuir para o engrandecimento daquela Associação e do nome de Portugal, muitos dos quais ali presentes naquele evento.


Mesa de Honra com a presença do Embaixador de Portugal em Otava,
Dr. João P. Silveira Carvalho e esposa, Dra. Alzira Silva
e o Cônsul de Portugal em winnipeg Paulo Cabral e esposa

À noite, na sede da Casa dos Açores de Winnipig realizou-se um jantar na cave daquele edifício que contou com todos os delegados das Casas dos Açores, com a presença da Dra. Alzira Silva e o Engenheiro Manuel António Cansado, Presidente da transportadora aérea açoriana, Sata, tendo havido prova de queijos açoriano Bravo, da Ilha Terceira, e doces micaelenses da produtora Quintal dos Açores além de cantorias bem à moda dos Açores que encantaram os presentes. Após o jantar os delegados juntaram-se ao público que enchia o salão nobre da Casa dos Açores onde decorria uma cantoria com a participação de quatro cantadores vindos expressamente dos Açores (Paulo Botelho), da Califórnia (João Pinheiro), da Florida (José Borges), de Toronto (Ramiro Nunes) e do próprio Presidente da Casa dos Açores de Winnipeg, José Santos, que fizeram o gáudio de quantos enchiam aquele salão.


Intervenção do Presidente José Santos ladeado pelo Dr. Mário Santos
Presidente da Associação Portuguesa de Manitoba

Já pelas 23:00 horas, um grupo de delegados acompanhados pelo Cônsul de Portugal, Paulo Cabral, visitaram a sede da Casa do Minho naquela cidade de Winnipeg onde decorria uma bem animada festa dedicada ao São Martinho e cuja sala encontrava-se completamente lotada, após que regressaram à Casa dos Açores para ali terminarem aquele sábado de festa e cantorias.


Cônsul Geral de Portugal em Manitoba Sr. Paulo Cabral

No Domingo, dia 13 de Novembro, após o pequeno-almoço servido na Casa dos Açores foi iniciado uma mesa redonda com diversos agentes de viagens portugueses da praça de Winnipeg, presidida pelo Engenheiro Manuel António Cansado, Administrador da Sata Açores, que escutou e respondeu às questões que lhe foram apresentados dos quais destacamos o problema de excesso de bagagem que os emigrantes radicados no Canadá (e possivelmente doutros lugares) com destino às outras Ilhas dos Açores, sem ser a de S. Miguel obviamente, enfrentam ao desembarcar no aeroporto internacional da capital daquela Região, a cidade de Ponta Delgada, onde na carreira internacional lhes são facultados 60 quilos e nos voos entre as ilhas apenas 20 o que quer dizer que, de imediato, são facturados os 40 quilos de peso extra para pagar o que para muitas famílias de 4, 5 e mais pessoas a viajar é, na nossa opinião, uma pequena “fortuna” a ser desembolsada. Para esta pergunta o Engenheiro Cansado foi peremptório que não há, infelizmente, solução dado ao factor segurança nos voos que tem forçosamente de ser seguido no que concerne ao peso dentro das aeronaves (a soma deste inclui os passageiros e carga) e que devido ao pequeno porte dos aviões que fazem as ligações entre as Ilhas com pouca capacidade no compartimento de carga e ter que levar o excesso de bagagem desses passageiros, mesmo pagando, a Sata tem de prescindir da venda de lugares para compensar aquele peso que é a razão pela qual, muita gente vê, os aviões que ligam as Ilhas, por vezes, com lugares vagos. Foi também apresentado o problema da falta de voos directos do Canadá para a Ilha da Terceira durante a maior parte dos meses do ano, especialmente na época das populares festas das Sanjoaninas, da Praia da Vitória e do Carnaval, o que torna um autêntico pesadelo para quem queira viajar para aquela Ilha, naquelas épocas e não só, forçosamente os levam a São Miguel com todas as inconveniências tanto no tempo de espera no transbordo de aeronaves como também se torna mais dispendioso, como é obvio. Para esta questão, aquele Administrador da Transportadora Aérea Açoriana, confirmou ter, anteriormente, sido enfrentado com tais alegações mas que, após um inquérito interno, foi-lhe apresentado, pelo respectivo Departamento, uma outra versão – a que nessas épocas, as das festas mais especificadamente, haver registos de lugares vazios nos voos directos o que contraria tais alegações.

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