Domingo, dia 28 de Agosto (continuação)

 

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Nas futuras instalações do Museu do Espírito Santos, a já anteriormente referida antiga Igreja de São Luís, teve a actuação do Orfeão Saudades da Terra de São José da Califórnia, que interpretou música sacra e outros clássicos, bem do agrado de quantos enchiam aquele templo.

O Park Kennedy esteve num dado ponto completamente cheio, talvez com mais de seis mil pessoas que ali, comprimidos, confraternizavam e assistiam aos programas que hora a hora ali passava. Segundo algumas pessoas com quem falamos estas festas são bastante importantes não só para as pessoas poderem participar num acto de fé que muitos trouxeram das suas terras quando emigraram como também para confraternizar e rever amigos que há muitos anos não vêem e que só acontece anualmente, por ocasião destas festividades, porquanto moram bastante longe uns dos outros. Assim com as gigantescas barracas a abarrotar de povo fosse para ver as Bandas ou para comprar peças de artesanato, livros, lembranças, etc. o certo é que a multidão não arredava pé principalmente nas barracas de “comes e bebes” onde as malassadas, chouriço, linguiça, hot-dogs, haburgers, french-fries, favas, Ice-creame, etc. era um autêntico pólo de atracção. Os refrescos e café, bem como a cerveja (e que descobrimos não conter álcool após termos bebida umas poucas delas e ficarmos na “mesma”) não ficavam atrás e para tudo era necessário irmos para as bichas intermináveis. Mas achamos que valeu a pena apesar de tudo não estar perfeito. Por exemplo:

Ao que parece Fall River recebe mais de 50 mil forasteiros naqueles dias de festas, embora a maioria seja acomodada em casa de familiares e amigos que ali residem, e as suas infra-estruturas não estão minimamente preparadas para absorver esta autêntica onda humana pois os Hotéis, com raras excepções, estão todos localizados bem fora dos limites daquela cidade obrigando muitos a alugar viatura (se for felizardo em arranjar uma) ou ficará dependente do autocarro que o trouxe para as Festas. Os restaurantes de cozinha portuguesa existentes, muito poucos, não têm espaço para sentar tanta gente que sofre a pena de esperar uma hora ou mais para arranjar mesa e depois outra meia ou mais horas para serem servidos. Tirando aqueles restaurantes de “hot-dogs”e “French Fries” que por ali pululam, os outros, os que apresentam ementas à portuguesa, fecham as portas ao público pelas 20:00 horas (às 8 da noite) deixando milhares de visitantes dependentes apenas das malassadas, chouriço, favas, etc. que se podia adquirir nas barracas do Park.

Francamente que não somos daquela qualidade de falar mal ao...”desbarato”. Trouxemos as provas connosco e com alguns outros nossos compatriotas que ali foram. No restaurante “Paradise” não foi o tal Paraíso como o nome indica e sugere pois após 15 minutos numa bicha de self-service estivemos numa mesa sem talheres, copos e guardanapos por outros 15 minutos sem que a empregada de mesa, parece só haver uma empregada na sala para mais de 70 clientes, nos “socorresse”embora tenhamos solicitado, insistido ou implorado, por duas vezes, para isso. Resumindo: a comida arrefeceu e nós levantamo-nos e abandonamos a sala. Procuramos outro e fomos bater com o nariz na porta “Closed”do restaurante “Skipper”, que alguém nos afiançou ser muito bom e o mesmo aconteceu com o “Caravela” e o “Académica”, este ultimo já nosso conhecido das duas vezes que anteriormente visitamos aquela cidade de Fall River. Desesperadamente, e cheínhos de fome, detectamos um que ainda recebia clientes, isto pelas 21 hora, a “Tabacaria Açoriana” e lá entramos rapidamente antes que alguém encerasse as portas ao público, e, depois de outros 15 minutos à espera de mesa lá vagou uma que nos foi de imediato dada por outros clientes que se encontravam antes de nós se terem chateado e desaparecido. Mesmo assim a sorte não nos acompanhou e esperamos outros 20 minutos pois nem sequer os pratos com as sobras, copos, etc., que tinha sido deixada pelos ocupantes anteriores, tinham sido removidos e limpa. Após diversas tentativas para interceptar os “garçons” que passavam pela nossa mesa, a “alta velocidade”, resolvemos, com pena e cheios de “traça’ (nome do calão dado à fome), abandonamos o local. Fomos para o Park Kennedy onde então “matamos” a malvada da fome graças aos muitos hot-dogs, French-fries e malassadas que, sinceramente testemunhamos então, por ali abundava com fartura e “afogamos” a nossa dor numas boas litradas de cerveja sem álcool.

 

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