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2.º Dia – Sexta-feira, 11
de Agosto – Dia de absoluto descanso. Para iniciar
o relaxe preciso em férias curtas. Dia de explorar o
hotel, em ambiente bem ajardinado, perto da auto-estrada principal
mas protegido por colinas verdejantes que abafam sons e gases
de escape dos carros e camiões. Piscina alargada e absolutamente
moderna, dois novos blocos de habitação construídos
recentemente, um bar-restaurante junto à piscina, loja
muito moderna, recepção remodelada e sala de jantar
redecorada e ampliada com uma longa parede de vidro para o espaço
central, onde espécies botânicas tropicais, devidamente
identificadas, e de vários países do mundo, constituem
bom trabalho de arquitectura paisagística.
Praia de Santa Maria del Mar
O acesso à praia foi também reconstruído
– dantes utilizava-se um público, mais afastado
– com uma ponte de madeira sobre os mangues (mangrove)
que ladeiam o canal que separa o hotel antes da estrada pública.
Segundo nos informaram, o bar da praia consistia num improviso
pois que foi totalmente destruído durante o último
furacão que assolou Cuba, há uns dois anos. Mas
isso é coisa secundária para nós, que não
fomos para beber de manhã à noite.
Vivam as férias!
Tarde de piscina a refrescar do calor intenso.
Jantar cedo, farto e de boa qualidade a despeito da má
gestão do restaurante, na altura entregue a estudantes
dos cursos de hotelaria em estágio. Estes – e estas
– de uma simpatia a toda a prova mas que não podem
ser culpabilizadas pelas faltas da cozinha e sua desesperante
lentidão, a prover razão de queixa para os turistas
que já vão para isso preparados (então
porque não vão para outras paragens? – vem-nos
de imediato à ideia)...
Director-banhista...
Neste primeiro dia, observámos algumas
lacunas que o ano passado não detectámos em Cayo
Coco, num hotel gerido pela mesma empresa, uma cadeia hoteleira
das Baleares (Espanha), mas que provavelmente não fica
sob a sua alçada de provisão de serviços:
as comunicações telefónicas. Estas são
fáceis para o exterior só que extremamente caras
feitas do hotel e com a agravante de não haver qualquer
privacidade pois o telefone está em cima do balcão,
à frente de toda a gente. Os quartos têm telefone
mas é necessário deixar um depósito de
100 pesos cubanos convertíveis (CUC), só para
turistas, cotados ligeiramente acima do Euro, a moeda principal
de aceitação no país, com o dólar
americano baixíssimo e sujeito a uma penalidade. Ora
esta exigência é inaceitável, a recepção
pode perfeitamente incluir as chamadas na conta dos clientes
que a ela se não podem escusar.
Escriba-banhista...
É certo que existe uma profusão
de cabinas telefónicas em todo o corpo central do edifício.
Só que não aceitam moedas e há a necessidade
de comprar cartões telefónicos que, para os turistas,
dificilmente se encontram. Em Havana, no dia seguinte, fomos
aos correios centrais. Só tinham cartões para
o dinheiro cubano e mandaram-nos, com toda a delicadeza, ir
comprar um ao... Hotel Inglaterra, mesmo ao lado! O que é
muito pouco funcional. E carito. Com 10 pesos CUC só
se podem fazer 3 a 4 chamadas rapidinhas para o Canadá...
Mas é o que há!
Outro problema é o facto de os EUA haverem
convencido o governo conservador mexicano a deixar de processar
os pagamentos com cartões de crédito em Cuba.
Aceitam-se ainda Visa e MasterCard. American Express nem pensar
(e é bem feito). E os dois primeiros devem ser emitidos
por bancos canadianos, europeus ou de qualquer outro país,
desde que não estejam sediados nos Estados Unidos. Contudo,
nem sempre as linhas computorizadas estão disponíveis.
Há, por isso, que ter um pouco de sorte, mesmo em Havana.
No bar
Espera-se que, eventualmente, a Venezuela possa
vir a preencher o abandono do México, dadas as excelentes
relações existentes entre Havana e Caracas. Estas
as consequências de um bloqueio de 40 anos, imposto pelos
EUA.