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Adiáspora
– Uma cidade alemã bem próspera!
AOO
– De descendência alemã. O
que fizeram? Resolveram criar uma festa, em 1984, para
reanimar o povo de lá. Porque tudo que lá
havia se perdeu nas cheias. Foi uma enchente que não
só levou as casas na enxurrada mas levou dinheiro,
roupas, móveis, levou tudo... Blumenau começou
então a receber doações do mundo
inteiro, para se reerguer. Entre essas doações
que iam chegando, trouxeram também boas ideias.
Uma delas foi criar uma festa com o nome de Oktoberfest.
Subsequentemente essa festa cresceu, e começou
a jogar turista aqui pela nossa cidade. Foi quando começamos
a estudar a maneira de fazer uma festa da cultura portuguesa,
para mostrar o folclore português. Foi quando criámos
a Marejada. E aproveitámos este lugar onde hoje,
na sua actual estrutura, temos um pavilhão para
bailes, doze entidades sociais e filantrópicas
a vender petiscos, mariscos e outros frutos-do-mar, peixes
fritos e bacalhau. Temos uma entidade, chamada La Fabienne
de Cristo, que vendeu 17.000 bolinhos de bacalhau na última
festa!!! Uma festa que atraiu 340.000 pessoas em 17 dias.
Este ano (2006) ocorrerá de 6 a 22 de Outubro.
Adiáspora
– E a Marejada, ocorre antes ou depois
da Oktoberfest?
AOO
– A Marejada ocorre simultaneamente com
a festa alemã.
Adiáspora
– Então as festas são feitas
em conjunto?
AOO
– Estas duas e o Famarreco...
Adiáspora
– Esse Famarreco tem que origem?
AOO
– Origem brasileira, sendo a Festa Nacional
do Marreco. E aqui dentro ainda temos “A Tasca”
que funciona com o Fado e um alinhamento de produtos da
culinária portuguesa, como o bacalhau e seus derivados.
Adiáspora
– Essa dita tasca abre as portas todo o
ano?
AOO
– Não, apenas funciona durante a
Marejada. Temos também a “Cabana do Pescador”,
com peixes brasileiros, culinária nacional, e tem
“A Sardinheira” que só vende mesmo...
sardinha na brasa.
Adiáspora
– Daqui se vislumbra, dentro do recinto
coberto, pequenas divisórias, em forma de barcos,
com balcões... é aí que vendem os
produtos típicos dos portugueses?
AOO
– Sim, cada um deles vende produtos alimentares
diferentes, por especialidades...
Adiáspora
– Aqui fora vejo este moinho, que lembra
os da Bretanha, só alberga a sede da Associação
Luso-Açoriana?
AOO
– Isso! Hoje está aqui funcionando,
na parte de baixo, a parte da Secretaria do Turismo. Esse
moinho foi edificado a partir de uma cópia que
veio lá dos Açores. Este portal para a zona
coberta é uma estilização das portas
de Ponta Delgada. A nossa preocupação era
a de fazer um moinho que não lembrasse os holandeses.
O moinho tem dois andares onde se encontra a associação
a trabalhar no resgate da cultura, com artesanato, utilizando
as lapinhas, fazendo trabalhos em escama de peixe, tudo
isso! Então nós temos, na parte de lá,
nas traseiras do moinho, um engenho de farinha montado,
que também só funciona em Outubro. Tem uma
parte de artesanato, um grande restaurante, tipo self-service,
com marisco variado, e aqui no adro para o folclore português
e brasileiro.
Adiáspora
– Recapitulando, este espaço é
dividido por três grandes grupos etnoculturais:
brasileiros, açorianos e alemães?
AOO
– Exactamente. Hoje as três festas
servem para divulgar o Brasil em conjunto. Porque para
o agente de viagens e para o operador turístico,
é interessante poder dar a oportunidade ao cliente
um só pacote em que a pessoa paga para visitar
três culturas diferentes.
Adiáspora
– Em conjunto, quantas pessoas é
que atrai em média?
AOO
– Uma média de 347.000 pessoas em
17 dias, como já se referiu. E tem vindo a aumentar
de ano para ano. Nos dois anos anteriores, a economia
brasileira deu uma queda. Mas conforme nós formos
fazendo a nossa divulgação, o que investimos
na divulgação antes da festa, recolhemos
o fruto durante o evento.
Adiáspora
– Acyr, muito agradecidos pela oportunidade
concedida.
* Acompanhamento de
pratos de peixe, em todo o Brasil, com variantes regionais,
à base de farinha de mandioca.
** Cidade tipicamente
de traça alemã, uma das mais prósperas
do estado de Santa Catarina, a 88 km a norte de Itajaí
e 176 de Florianápolis. |
O convite da delegação da FITUR
para um almoço típico num restaurante da marginal,
surgiu de imediato. Aceitámos agradecidos mas sem imaginar
o que estava a ser preparado para nossa reportagem. A findar
a refeição, esperava-nos uma carrinha dos serviços
do Turismo da Perfeitura. E dentro das constrições
de tempo, foi-nos dado a entender melhor a importância
da cidade e a sua influência para a economia catarinense.
Altar de Sto. António na Matriz
de Itajaí
Situada na foz do rio Itajaí-Açú,
Itajaí é um desses raros casos em que o desenvolvimento
social caminha lado a lado com a preservação das
suas características naturais e sociais. Porque além
dos seus atractivos naturais, Itajaí, apresenta excelentes
infra-estruturas turísticas e urbanas, com destaque para
a limpeza e organização, aspectos que vão
ao encontro das preferências dos turistas mais exigentes.
As bandeiras do Município
de Itajaí, Brasil e Estado de Santa Catarina
O porto turístico constitui o único
terminal exclusivo para transatlânticos em todo o Brasil,
o que atrai, de imediato, centenas de navios de cruzeiro. Quase
exactamente equidistante de 88 km da capital, Florianápolis,
e da cidade de Blumenau, apesar de ter apenas 150.000 habitantes
tem um pólo universitário que, por si só,
atrai 35.000 alunos por cada ano lectivo.
A nossa breve mas elucidativa visita levou-nos a visitar a Igreja
Matriz do Santíssimo Sacramento, com um altar lateral
dedicado a Sto. António de Lisboa, uma magnífica
reprodução do Moisés, de Miguel Ângelo,
mas em madeira preciosa, sobre o púlpito, e uns vitrais
maravilhosos que permitem a filtragem de muita luz sem diminuir
a dignidade do templo. A construção iniciou-se
em 1920 mas a igreja só foi finalizada em 1955.
O palácio Marcos Konder, onde se encontra instalado o
Museu Histórico de Itajaí e a casa de Cultura
Dide Brandão (onde existem aulas de dança, teatro,
música e um pátio decorado de belíssimos
azulejos) foram outras das visitas efectuadas.
Foi contudo a subida ao Morro da Cruz, o panorama
mais impressionante que nos foi dado admirar nesta viagem, em
termos meramente de arquitectura urbana. É que desta
elevação, pudemos observar toda a cidade, os portos
comerciais, e a cidade vizinha de Navegantes. Porque o sol estava
baixo, os reflexos doirados, contrastados pelo azul profundo
do mar e o céu do ocaso, forneceram a conjugação
perfeita para coroar um dia de visitas extraordinário.
Ao Acyr e à Valdete, que nos acompanharam
solícitos, o agradecimento por nos facultarem uma visita
que só valoriza a reportagem.
....
Itajaí (vista
para sul) do Morro da Cruz - A cidade de Navegantes, a nordeste
de Itajaí
No regresso a Floripa, uma breve paragem para
se admirar e fotografar, a despeito de ser noite cerrada, a
magnífica mansão em que está instalada
a Casa dos Açores da capital catarinense e o contíguo
aqueduto (ainda em funcionamento), junto a uma cascata que foi
impossível de fotografar a despeito dos nossos poderosos
flashes. Este aqueduto foi a primeira obra de vulto efectuada
pelos açorianos que se estabeleceram na área.
Baixo-relevo em pau-brasil, a madeira
de onde houve o nome do país
E porque dias bons com gente que partilha uma
língua comum e vibra da mesma maneira, nada melhor para
finalizar o dia que mais um jantar de variadas carnes assadas,
à boa maneira gaúcha, a que nem o javali faltou;
antes da última noite na Quinta do Sol, sob os auspícios
do grupo Huahine. E sob a guarda de um naipe de cadelas dulcíssimas
apesar da sua imponente envergadura, como os leitores podem
admirar na foto que com todo o mérito lhes dedicamos.
.....
Casa dos Açores de Santa Catarina
- Herança açoriana: o Aqueduto de Florianópolis
Esta a razão porque decidimos, sem qualquer
ofensa, que se há Dia de São Vapor para as gentes
dos Açores, também pode haver Dia de São
Itajaí para as do Brasil.
Freguesia
de Santo António de Lisboa
Primeiro povoado
de açorianos na Ilha de Santa Catarina
é o que se pode considerar um paraíso para fotógrafos
Terça-feira, 16 de Maio de 2006
– Já todos ouvimos esta frase, vezes sem
conta, até se tornar lugar-comum: Os melhores pitéus
são servidos no fim. Se não soubéssemos,
ficaríamos a saber no dia da nossa partida. Poderia juntar
um outro, da minha modesta autoria, e que há muitos,
muitos anos escolhi para título de um livro que ainda
não tive tempo de escrever sobre as peripécias
de uma vida anterior, como agente de viagens, em que acompanhava
grupos por esse mundo fora: “It’s always a nice
day when we go back home”. Nunca me dei ao trabalho de
o traduzir, mas se o fizer, antes de bem burilado, direi que
poderá ser “O tempo está sempre bom no dia
de ir para casa”. É metafórico mas verdadeiro,
podeis crer.
....
Braço de mar na Ilha de Santa
Catarina - Freguesia
de Santo António de Lisboa,
primeiro povoamento açoriano na Ilha de Santa Catarina
O dia de hoje não foi excepção.
Os nossos (já) queridos amigos levaram-nos, à
Freguesia de Santo António de Lisboa, lugar histórico
do primeiro povoamento açoriano na Ilha de Santa Catarina,
hoje em plena recuperação, uma jóia arquitectónica
a que só as nossas fotos poderão fazer justiça.
Arquitectura tipicamente dos Açores, jardim frondoso,
frente à igreja e cemitério, em declive suave
até ao mar da baía norte - que separa a ilha onde
está localizada a quase totalidade da cidade de Florianópolis
- do continente.
Ao fundo, a emblemática ponte
que liga Florianápolis à ilha
Barcos coloridos baloiçavam suavemente
nas águas calmas, perto dos viveiros de ostras. As ruas
calcetadas em laje grada, o casario térreo, colorido,
com cortininhas de renda de bilros, ou de janelas de pau a prescindirem
vidraças. Mesmo as casas arruinadas ou à espera
de restauro são belas, como faces enrugadas em testemunho
das vicissitudes da vida. Nesta manhã, pouco falámos
nós quatro, como que precisados de um silêncio
respeitoso ao calcorrearmos ruas eternas, pequenas mas suficientemente
alicerçadas no tempo. Já existiam quando nascemos.
Perdurarão depois da nossa partida para a viagem final
que todos empreenderemos. Era também o prelúdio
da separação.
Comércio turístico
Para o almoço, um restaurantezinho familiar,
à beira do mar, com os barcos pequenos a chegarem constantemente,
carregados de peixe a saltar, sob o olhar de cobiça de
gaivotas e cagarras. Um restaurante sem sobrado, com mesas e
cadeiras assentes no areal. O peixe e o molho de camarão,
já tinham sabor a saudade...
....
Património recuperado...
e por recuperar!
Adeuses de até à volta, cafunés
na bicharada. Partida rápida para o aeroporto. Há
despedidas mais fáceis que outras. Estas foram, para
os repórteres, das tais outras...
....
Fortaleza de São José
da Ponta Grossa - Entrada para a Baía dos Golfinhos
As Guardiãs do Templo –
As nossas fiéis protectoras da Quinta do Sol:
Makamba e Khalôa (English Mastiffs); Ananza (Canadian
Labrador Retriever)
e Mhabu (Pitbull Terrier)
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