Página: 1
/ 2 / 3
/ 4 / 5 / 6
/ 7 / 8
/ 9 / 10
/ 11
Dr. Francisco Padilha, em representação
do Governador do Maranhão
Em representação do Governador
do Estado do Maranhão, deu as boas-vindas às comitivas
o Dr. Francisco Padilha que encerrou o ciclo de discursos enaltecendo
a iniciativa do Instituto Chamamaré e a resposta plena
do governo açoriano, assim como o incondicional apoio
da Universidade Federal do Maranhão.
O trovador Manuel Costa
Nesta nota positiva passou-se para o claustro
protegido do Palácio dos Leões – chovia
que deus a dava... – para uma refeição acompanhada
com in interlúdio musical a cargo dos grandes músicos
açorianos participantes. Primeiro o virtuosíssimo
Vítor Castro em guitarra clássica e guitarra portuguesa,
depois já acompanhado com o Arquitecto Paulo Cunha numa
guitarrada memorável.
A seguir um velho amigo, na pessoa do Dr. Manuel
Costa, director do Museu dos Baleeiros e do Museu do Vinho (ambos
no Pico), um trovador de gabarito, numa linha de cantores bem
específica, acompanhando-se a si próprio, “numa
nova maneira de cantar”, como ele definiu o seu estilo.
....
Grupo Coral
Quatro Oitavas e
O Quarteto Maranhense
Finalmente, o nosso primeiro contacto com o
agrupamento Quatro Oitavas (Helena Lavouras, Leonor Rodrigues,
André Jorge e Odilardo Rodrigues), quatro vozes fenomenais,
acompanhados por dois grandes mestres: Grigory Spector (violino)
e Ana Paula Andrade (teclado), ambos do Conservatório
de Ponta Delgada, do qual esta última é directora.
Nas minhas notas, figuram o impacto que a “Lira”
deles teve na audiência e a nota simpática de haverem
dedicado uma rapsódia de canções à
Dra. Alzira Serpa e Silva, retida nos Açores por questões
familiares.
Os músicos Paulo Cunha e Victor
Castro
Antes do jantar volante, os Drs. Carlos Corvelo
e Miguel Noronha entregaram às autoridades políticas
e universitárias locais algumas lembranças do
Governo Regional dos Açores.
....
O corpo de bailado
do Grupo Popular do Maranhão
"Sotaque de Orquestra" e a Dança tradicional
"Bumba-meu-Boi"
De repente, bem à maneira brasileira,
uma manifestação fulgurante de folclore local,
com um tradicional “Bumba-Meu-Boi”, dançado
num salão contíguo pelo Sotaque de Orquestra que
faz dançar o grupo de baile “Cultura Popular do
Maranhão”. Deliciado, o público fez roda
e acabou por também dançar e posar para fotos
entre belezas maranhenses em multicoloridos trajes locais.
Uma abertura memorável de um Encontro
que já ficou na história do relacionamento entre
os Açores e o Maranhão e que, na altura, ainda
nem havia começado em termos académicos...
Um aspecto da audiência no
salão nobre
Os congressistas apreciando o Bumba-Meu-Boi
Outro aspecto do Bumba-Meu-Boi
Os trabalhos do I
Encontro Luso-Maranhense
Terça-Feira, 9 de Maio de 2006
– A partir deste dia, todos os trabalhos do Encontro
se realizaram num espaçoso salão do Convento das
Mercês, um conjunto arquitectónico sobranceiro
à baía de São Luís, no alto de uma
colina, virado para uma casa recuperada, a única que
ainda existe no Brasil. Trata-se da Cafua, local tétrico,
para onde os escravos desembarcados em condições
desumanas; piores que para animais, eram trazidos de África
acorrentados, nos porões das naus negreiras. Um casarão
de janelas transformadas em frinchas verticais, eram então
lavados, observados por médicos como gado, antes de serem
conduzidos ao mercado da cidade onde eram vendidos em hasta
pública pela melhor oferta (tudo em nome da civilização
europeia e com o beneplácito da Santa Igreja Católica
Apostólica Romana, pois então...
Voltemos ao Convento das Mercês, lavrada
que fica a denúncia, mesmo que séculos depois.
O Convento dispõe de várias instalações
públicas (biblioteca, arquivo, museu), um busto descomunal
do ex-presidente do Brasil, José Sarney, patriarca de
uma família de maranhenses. Os seus dois carros oficiais
estão expostos também, num dos nichos do claustro
enorme. E foi no claustro que esperava os congressistas que,
ao sol já impiedoso da manhã, se encontrava bem
alinhada e uniformizada, a Banda Musical da Escola do Bom Menino
a entoar “A Portuguesa”, o “Meu Brasil Brasileiro”
(do grande Joracy Camargo, alguém lembra?) e outras modinhas
brasileiras que recordei de lagrimita ao canto do olho, propagadas
que eram no rádio da minha tenra idade.
Carlos Corvelo e
“A Importância Económica,
Política e Social dos Açores no Mundo”
Dr. Carlos Corvelo
Pelas 9h00 em ponto, a Conferência de
abertura, facultada pelo Dr. Carlos Corvelo, Secretário
regional Adjunto do Vice-Presidente do Governo Regional dos
Açores, subordinada ao título “A importância
económica, política e social dos Açores
no Mundo: vantagens e perspectivas de empreendimento”.
A ajudar ao debate que se seguiu, o Dr. Miguel do Canto e Noronha,
Coordenador do Gabinete de Intercâmbio Cultural Comunitário
(Secretaria Regional das Comunidades).
Profundamente experiente de muitos anos no
sector do Planeamento dos Açores e elo de ligação
com a União Europeia no sector das Regiões Chamadas
Periféricas, integrantes dos arquipélagos da Madeira
e das Canárias), o conferencista começou por assumir
os ensinamentos de uma sua avó “carioca”
(estabelecendo as suas afinidades com o Brasil) enveredando
depois pelo caminho das geoestratégias do tempo das primeiras
consolidações coloniais dos Portugueses (séculos
XVI e XVII), o papel que os Açores nelas desempenharam
em termos de um entreposto humano pronto a ser catapultado,
passe a expressão, para povoamento do continente sul-americano.
Demoradamente analisou a vocação atlântica
de Portugal. Em termos de projecção futura, descreveu
os Açores como ideais para a identificação
de infra-estruturas modernas para rastreio e colheita de dados
prestados por satélites atlânticos e ainda da importância
de como se podem integrar na Europa:
• Região Europeia / Fronteira
(avançada) da Europa em relação ao continente
americano;
• Região de Convergência / Objecto de coesão
• Região Ultraperiférica / Discriminação
positiva
Carlos Corvelo citou em termos de apoio a influência
da mão-de-obra portuguesa no desenvolvimento e edificação
de uma grande metrópole como Toronto e as vantagens advenientes
da autonomia político-administrativa concedida à
Região açoriana desde 1976.
Citou também a importância “da
riqueza gerada no território da Região devido
ao facto “dos Açores estarem a ser governados por
açorianos, segundo os interesses açorianos”
comparando uma demografia só igualada pela das regiões
continentais do Norte, Centro, Lisboa, Vale do Tejo, Alentejo
e Algarve. Os investimentos nos 56 portos de pesca açorianos,
9 aeroportos e fontes de energia geotérmica ilustraram
a palestra, que compreendeu ainda reflexões sobre desequilíbrios
demográficos existentes, desertificação,
aumento de emprego estável e baixas taxas de desemprego
em resultado de uma “política que dá valor
ao investimento público” e a um PIB superior
ao de muitas outras regiões europeias.
Segundo o Dr. Corvelo, os Açores são
‘responsáveis’ por 26% da produção
de lacticínios do País com 500 milhões
de Litros de leite/ano que depois é transformado em leite
em pó, manteiga e queijo mas carentes de uma indústria
de transformação local, para além da do
queijo, que possa processar nas ilhas o produto produzido.
Como alternativas a uma base essencialmente
agrícola, ficámos a conhecer que a indústria
do Turismo (natureza e mar) nas ilhas aumentou 3 vezes em 6
anos, e que os Açores dispõem agora de 1.400 km
de estradas, 9 centrais térmicas (energia eólica
e geotérmica), boas condições na rede de
comunicação por fibra óptica, em suma:
diversidade, qualidade, produtividade e competitividade.
Na base do desenvolvimento do arquipélago,
‘pesam’ ainda a nova Agência de Investimento
dos Açores, três pólos universitários,
o Instituto de Oceanografia e Pescas sediado na Horta e um cuidadoso
apoio às imigrações do Brasil, África
e Europa de Leste.
Em termos de geográficos, o conferencista
não deixou de sublinhar esse “castigo sistemático”
que para a região açoriana constituem os ‘rabos
de furacão’, a poluição das lagoas,
os problemas de orla costeira e os lixos produzidos nas 9 ilhas,
na base de uma política de exportação de
resíduos para processamento (reciclagem) no Continente:
sucata, papel, pneus). Mas os Açores podem tirar partido
como entreposto de uma indústria de transformação
para os mercados europeus, criados que sejam nichos de mercados
regionais.
A finalizar, Carlos Corvelo não deixou
de chamar a atenção para o fim dos subsídios
da UE, consequência da eventual entrada de outros países
como Bulgária, Roménia, Croácia e Turquia.
Em termos positivos, os Açores:
1. Serão mais e mais periféricos
à medida que a UE aumenta;
2. O planeamento de 2007 a 2013 será idêntico ao
corrente e não prejudicará a Região
3. Os investimentos em recursos humanos pagarão dividendos.
Assim, são animadoras as perspectivas
futuras para uma região que está a conduzir bem
a política de turismo, para uma auto-sustentação
de energias geotérmicas e eólicas. Todavia o conferencista
entendeu por bem deixar bem claro que “país do
mundo mais auto-suficiente é o Brasil”.
Terminada a pausa para o omnipresente cafezinho
e doçarias várias, a cargo das simpatiquíssimas
funcionárias da Central dos Serviços Turísticos
de São Luís e da Secretaria Municipal de Turismo
– SETUR, a segunda palestra da manhã, desta vez
a cargo do Dr. Ronaldo Ferreira Braga, o jovem Secretário
da Indústria, Comércio e Turismo do Governo do
Maranhão.
Da “Importância económica,
política e social do Maranhão: vantagens e perspectivas
de empreendimento” – na resposta do Dr. Ronaldo
Ferreira Braga
Coadjuvado na mesa pela Prof. Dra. Joseth Coutinho,
e em representação do Governo do Estado do Maranhão,
foi a vez do Dr. Braga falar sobre as potencialidades desta
importante parcela política do Brasil, numa conferência
que bem se poderia apelidar de “O Maranhão e o
Mundo”.
Dr. Ronaldo Ferreira Braga, Secretário
da Indústria,
Comércio e Turismo do Estado do Maranhão
Não sendo dos estados mais ricos ou
industrialmente desenvolvidos, o Maranhão dispõe,
todavia, de algumas características únicas como
a do Porto de Itaqui, numa ilha fronteira a São Luís,
onde se situa, em contraste com os fenómenos que as marés
causam à cidade propriamente dita, o porto de Itaqui,
considerado como o de maior profundidade do mundo, onde duas
empresas congéneres (a Alcan e a Alcoa) escoam através
de navios graneleiros de 300.000 toneladas, minério de
alumínio, ferro e ouro das minas do estado vizinho do
Pará. Isto quase que exclusivamente para o maior porto
de mar da Europa (Roterdão, na Holanda) onde nem sequer
conseguem acostar sendo o transbordo do minério efectuado
por via de barcaças. Ainda aqui se encontra a maior refinaria
de alumínio do mundo, a Alumar, propriedade das empresas
acima citadas.
Contrariamente ao que aconteceu no resto do
país, os caminhos-de-ferro não foram desmantelados
no Estado do Maranhão. Três ferrovias continuam
em serviço: a de Carajás (só para escoamento
de minério); as de carga e passageiros entre São
Luís e Teresina (Pará); e Norte-Sul, entre Açailândia
(Maranhão) e Palmas (Tocantins). Por elas, explicou o
governante, se escoam matérias-primas essenciais para
a economia do Estado do Maranhão, tais como grãos,
veículos, carga geral, cana-de-açúcar,
álcool, mandioca, arroz, soja, milho, abacaxi, feijão,
banana, algodão e tomate. Gado bovino, suíno,
caprino, equino e ovino também é transportado
por comboio.
Clicar p/ ver
...................
Se bem que um potencial digno de consideração
o turismo do estado continua ainda a apostar quase que apenas
na histórica capital e arredores (Alcântara) e
nesse fenómeno único da natureza, contido no Parque
Nacional dos Lençóis do Maranhão (objecto
de uma peça separada nesta nossa reportagem).
Contudo, uma nova indústria brasileira,
a do biodiesel (óleo combustível pesado com base
no óleo de palma), na mesma linha do agora tão
propalado gasohol, está agora a dar emprego a 2.500 famílias
maranhenses, e com uma produção anual prevista
de 100 biliões de litros anuais, dentro de 10 anos. Uma
refinaria já se encontra a laborar em Itaqui, graças
à isenção de impostos concedida pelo governo,
que vão até 75% pelo período de 12 anos
e meio.
Recapitulando, o governante terminou lembrando
que a este novo impulso de desenvolvimento se deve enaltecer
o facto de 16% do alumínio, 22% do ferro e 8% do aço
de todo o Mundo serem produto do Maranhão. E não
deixou de humildemente deixar bem claro que o mais grave problema
do estado se deve à actual falta de programas educacionais
em todo o Brasil, um grave entrave à Educação.
Importante reunião
entre Carlos Corvelo e José de Ribamar
na Associação Comercial do Maranhão
Uma das coisas que mais nos impressiona (e
agrada, diga-se a verdade) no Brasil é a desdramatização
das sobrecargas de programas a que nos habituaram no contexto
norte-americano, há tantos workshops a decorrerem ao
mesmo tampo que muitos de interesse nos vão ficando para
trás. Em São Luís, toda a gente teve tempo
de ver tudo, de ir a tudo, de participar em tudo. Sem pressas,
sem atropelos, sem correrias...
O Dr. Carlos Corvelo avançando
propostas de cooperação
entre os Açores e o Maranhão
Nesta tarde, a única actividade agendada
era um “encontro de empresários, pesquisadores
e representantes dos dois governos”. O que veio a acontecer
pelas 16h00, depois de um belo almoço no espaço
chamado de “Armazém da Estrela”, na rua do
mesmo nome.
Vamos abrir aqui um parêntesis para explicar
que este local (não é verdade que o armazém
das estrelas é o Universo?) polivalente encerra nichos
encantadores para além dos salões de boa comedura,
vulgo restaurantes. De dia tem um barzinho simpático
que à noite vira “forró”, música
do folclore local – que tem muito que se lhe diga, garante-vos
o escriba... Tem também um local de exposições
(eram modelos de pequenos veleiros maravilhosos), informação
turística e venda de souvenirs.
A equipa de reportagem – a que os locais
constantemente referiam como a delegação do Canadá,
e a gente deixava cair porque éramos realmente os únicos
jornalistas e não havia necessidade de marcar território...
– tem muito jeito (e alguma prática) para almoçar
e para jantar. Aí a gente experimentou de tudo na ementa
local e nada se pode dizer que não tenha agradado quem
em qualidade, frescura ou confecção. Daí
que veio mesmo a calhar que a reunião da Associação
Comercial do Maranhão só estivesse agendada para
as 16h00, logo ao fim da rua da Estrela.
Página
Anterior............... Próxima
Página