|
6º. Dia – Terça-feira, 15 de Agosto – Este foi talvez o menos activo, se bem que não o dia menos interessante. Uma excursão em autocarro, de dia inteiro, levou-nos ao Varadero, na província de Matanzas. Desde a saída para leste, de Santa Maria del Mar ao início da península do Varadero, são cerca de 121 km quase sempre ao longo da costa. É nesse trecho de terra que se encontram os jazigos de petróleo de Cuba. Clicar p/ ver fotos de Matanzas
As “cegonhas” de extracção terminam já em frente aos hotéis da famosa estância de veraneio, perto da lagoa. Todavia, este petróleo contém uma elevadíssima percentagem de enxofre, o que dificulta a sua refinação, sendo apenas utilizados os subprodutos para a produção de energia eléctrica. Contudo, notícias que nos chegaram às mãos ainda em Toronto, apontam para dois vastos campos petrolíferos descobertos por um consórcio cubano-canadiano, ao largo das águas territoriais de Cuba, no Golfo do México. O seu valor está ainda por determinar e/ou anunciar.
Uma nota digna de registo é a Escola Médica, na cidade de Matanzas, onde actualmente se encontram matriculados 5.000 estudantes de toda a América Latina. De lembrar que Cuba, num protocolo de intercâmbio com a Venezuela (que lhes fornece o combustível) enviou para este país muitas centenas de médicos e enfermeiras para o estabelecimento de centros de saúde nas áreas menos favorecidas das cidades principais.
Há quem dia que o Varadero é uma cópia da costa de Miami. Só conhecemos Miami de fotos e filmes. Mas deve ser isso mesmo. Há uns anos, os hotéis ainda se encontravam espaçados uns dos outros. Não mais. Crescem como cogumelos coloridos, sucedem-se lado a lado, e estavam a abarrotar. A excursão compreendia um quarto para utilização durante o dia, acesso a todos os restaurantes, bares, piscinas e praia, sem limites de consumo. Clicar p/ ver fotos de Varadero
A praia foi a nossa opção principal, com águas maravilhosamente cristalinas, areia muito branca e um dia maravilhoso. O hotel, de 4 estrelas, com excelente serviço, o Playa Varadero 1920, tinha ainda um bar magnífico, patrocinado pelos charutos Cohíba, todo em mogno e com uma atmosfera reconfortante. A tarde foi passada em animada cavaqueira com um engenheiro brasileiro, Izan de Lacerda, residente em Curitiba, Paraná, acabado de terminar uma ponte na República Dominicana, e dois Iranianos, residentes em Los Angeles, furiosos por lhes chamarem terroristas... enfim...
Para além dos hotéis, digno de registo, edificados nos tempos anteriores à revolução – quando Havana era um prostíbulo, um paraíso de casinos e um dos primeiros centros operacionais das máfias dos Estados Unidos – sobrevivem aqui a mansão e o campo de golfe mandados fazer pelo multimilionário DuPont.
Esta estância do Varadero, como muitas
outras em Cuba, é um dos destinos de férias mais
apreciados pelos portugueses, quer dos que vivem na Europa,
quer os espalhados pela Diáspora. Do Canadá, bem
conhecidas ficaram várias excursões organizadas
por programas de rádio de Toronto que, anos a fio, encheram
os hotéis mais cotados de Cuba com autênticas embaixadas
lusas, acompanhados de atracções e celebridades
comunitárias.
Pelos corredores do hotel era frequente ouvirem-se conversas em português, assim como nos restaurantes e bares. Já em Havana, fomos também interpelados por um grupo de turistas portuguesas que detectaram o nosso falar e nos cumprimentaram. É bom que isto aconteça!
De regresso a Santa Maria del Mar recebemos, com algum cepticismo, o anúncio da trégua no Líbano. Oxalá perdure até à chegada das forças da ONU. As televisões europeias acusam directamente Israel de crimes de guerra e contra a humanidade. Também afirmam que os hebraicos perderem a guerra no terreno político e no real. Curioso, pensamos, porque o inimigo desta feita até é uma guerrilha de civis e não de militares. Estará alguma coisa a mudar?
Página Anterior ........ Próxima Página |
